quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A realidade de um Reality Show








A pedido de uma querida amiga minha, eu resolvi escrever sobre o programa da Globo, o Big Brother. Ela acha um programa horrível, eu também, mas se eu fosse falar de programas de televisão eu nunca ia parar, porque pra começar, para mim não há coisa mais horripilante do que essa emissora (até porque a maioria dos outros canais do Brasil tenta imita-la). Ela gira em torno de suas novelas (,http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=1217) sua mercadoria mais valiosa por onde dita estilos de vida, cria seus “paradigmas”, modismos. Enfim, eu faria um texto interminável se fosse falar dessa emissora, e esse programa, por incrível que pareça, não foi criado por ela, foi importado, aconteceu em vários outros países, assim como a Globo mesmo comemora o efeito da globalização (realmente... olha o que ela trás...). Esse reality show chama o telespectador com a proposta de ser um espião de um grupo das pessoas em uma casa com câmeras de todos os lados e escolher quem é o mais merecedor de um milhão de reais. Mas o que tem de ameaçador nisso? O povo gosta de fofocar mesmo, né? Por que não dar uma espiada? Supostamente acreditamos que lá é diferente das novelinhas, é tudo espontâneo! Uau! Será a VIDA REAL?!... Será? Tão descaradamente só são escolhidas pessoas bonitas, mas não são pouco bonitas não, são maravilhosas mesmo (que no final sempre acaba na playboy ou na G Magazine), não vale mais colocar gente pobre porque se não o povo vai votar por peninha, só tem pessoas jovens, mas também não o bastante para deixar de saber de coisa de “gente grande”. Se na casa estiver meio monótona, várias latinhas de cerveja aparecem sem compromisso (mas com muita intenção...). Eles criam “climas” para romances que parece mesmo é muito papo furado, criam situações para surgirem discussões, selecionam direitinho o que vão mostrar (quem não mandou ter dinheiro para pagar um paper-view), vem com historia de joguinhos, mas acabam escolhendo uma turma do “bem” e do “mal”, ficam colocando umas trilhas sonoras para enganar mais um pouquinho. Bem, mas isso não é o pior, o pior da história é o que ele vai passar pra gente, um dos lemas de alienação que mais é jogado pela mídia moderna e como o narrador da sessão da tarde diria: “Muita curtição, jovens botando pra quebrar no maior clima de azaração em altas festas”. Sem tirar prêmios, dinheiro, carros, festas etc. Valores que são passados e que fica direto na programação, desde o programa da Ana Maria Braga até o Fantástico, sem contar nos intervalos. O programa é ótimo pra fazer merchandising, o dinheiro do premio deve ser uma parcela bem insignificante comparado ao que se ganha. Outra coisa que é despertada no telespectador é a mania de julgar, de criticar as pessoas (e a Globo nem gosta de influenciar...). Pedro Bial te promete essas emoções e esses valores. Há quem diga que isso tudo seja uma realidade, e eu até confirmo, muita gente vive achando que isso é vida, tem muita também que vive disso: isolado, numa casa, com sua turminha, pensando que é o centro do mundo e todo mundo quer saber da sua vida, e a vida é uma festa, bebida e mulher (as músicas de forró estão aí para confirmar). Existe gente assim, pena que uma das cinco maiores emissoras de TV do mundo, com seu grande poderio de comunicação em massa queira passar isso para nós. Pelo menos ouvi dizer esse é o último ano que esse programa vai passar. Quem sabe, talvez esteja havendo uma evolução nesse meio... Ou não...