quinta-feira, 19 de junho de 2008

Individualismo, sim!

Você trocaria si próprio por outra pessoa? Não estou falando trocar apenas o seu corpo ou a vida que a você leva, mas também a sua personalidade, a forma de pensar, para ser, realmente, o outro alguém. Assim acaba ficando sem sentido, não é? Quem abre mão do seu EU por inteiro?Quem não se considera único? Somos o personagem principal de nossa história. Por mais de vivermos fazendo críticas ao individualismo característico da nossa sociedade e elogiando a coletividade, de que temos de ser mais altruístas não podemos descartar o individualismo ou ficar apenas criticando-o. Ele é necessário. Não há como viver para os outros, nem a Madre Tereza de Calcutá conseguiu. Não sei se deu pra notar, mas depender sua vida para os outros não dá muito certo. Nos relacionamentos amorosos o resultado é desastroso quando funcionam dessa forma. Famílias vivem em conflito por tentarem viver dessa forma. Sistemas coletivos não são compreendidos, nem aceitados: “Não vou trabalhar para um bando de vagabundos”, (já ouviu essa argumentação?). Mas ao fazer uma melhor análise, o próprio sistema capitalista pode se basear na idéia de viver para o outro, no sentido de: ter um carro de luxo para mostrar aos outros, de ser bem sucedido para que seu filho se torne bem sucedido e assim por diante ( o sentimento de vazio ou frustração que aparece ao longo da vida de muitas pessoas pode não ser a toa). A idéia de status, ter fama, é mais pela função do que os outros vão pensar, se eles vão te dar valor, é uma questão mais externa do que interna. Vendem-se cosméticos dizendo para você ficar mais bonita para seu namorado, seria um dos exemplos. Criam modelos que você deve seguir, a originalidade fica extinta e ser diferente torna-se complicado podendo ser vítima de preconceitos ou até intolerâncias. Porém se deixarmos de usar tanto essa palavra destacada de vermelho no texto por “com”: “Viver com os outros”, “Ter com os outros”. Poderemos nos aproximar da idéia de coletividade que tanto sonhamos. E onde fica a nossa individualidade com isso? No fato de não conseguirmos viver com os outros sem que possamos viver consigo mesmos em paz. Se não conseguimos ter segurança em nós mesmos, se não conseguimos ter amor por nós mesmos, como teremos pelo outro? A partir do amor por si prórprio será possível a compreenção de nossa individualidade e assim conseguir compreender a do outro, respeitar a do outro e poder compartilhar com ele. Ao produzir algo de bom em si não há como passar para aos outros ao seu redor. Não esqueço de uma frase que li em um dos milhares de muros pixados em Fortaleza, e que considerei uma das mais subversivas das que já li pelos muros que passei, que dizia simplesmente: “AME, FAÇA O QUE QUISER!!!”.