sábado, 1 de dezembro de 2007

"Eu não gosto de maus tratos, mas o que eu não gosto é do bom gosto..."

Postarei agora um comentário que surgiu do texto anterior e que gostaria de responder mais expostamente no blog para caso alguem tivesse algo a acrescentar, ver minha resposta também expor suas opiniões, pois minha amiga tocou em pontos bem estratégicos que gosto de discutir, se alguem quiser entrar na dança. E Brina, eu vou expor meu ponto de vista e tentar esclarece-los melhor e também destacar o que achei meio equivocado no que você falou. Estarei esperando respostas e críticas, acredito que só haverá crescimento para ambas, querida amiga =D.

brinutilidades disse... " dou mais razão aos policiais que se omitem e se corrompem dos que os que usam da violência, tortura e terror e se dizem que fazem justiça "ai você pegou pesado, camila :) dar mais razão a policiais corrompidos trai a sua ideia tanto quanto dar razão, por exemplo, as atitudes do BOPE...eu concordo plenamente com a idéia do seu texto, mas não com essa parte... é como eu estava conversando com vc e Amós outro dia, não adianta ficar na idéia ilusória, nessa utopia danada...Violência gera, sim, violência, mas num país como um Brasil, de um povo sem educação, de gente passando fome, convenhamos que essa idéia de paz com bandido não vai funcionar muito não...Outra coisa que eu penso... Oq importa na verdade não é o relogio do Luciano Huck, tudo bem, é muito futil da parte dele comprar um relogio carissimo desse jeito (um absurdo!)... Só que eu acho assim, de toda forma, ele é um ser humano, ele é um cidadão e tem todo direito de reclamar por aquilo que foi perdido em um roubo! Também não vamos ser extremistas...O que falta é o que nós todos sabemos, mas pelo nosso velho comodismo não temos coragem de reivindicar: seriedade, responsabilidade. Faz muito², mas muito tempo que esse país tá entregue às moscas... Vem gorverno, sai governo e tudo continua na mesma malevolência...É tudo questão de um projeto sério de mudança, mas vai falar isso no barzinho com seus amigos pra ver... hehe



No primeiro ponto que você destacou, falei do fato de dar razão aos que se omitem e se corrompem no sentido do julgamento que se faz no filme, tipo, julgam-se eles e veneram os que utilizam da violência contando que no final todos contribuem para esta, estou errada?
Outro ponto que você tocou foi o da utopia, agora destaco quando você diz: “... Mas num país como um Brasil, de um povo sem educação, de gente passando fome, convenhamos que essa idéia de paz com bandido não vai funcionar muito não..." . A meu ver, podem-se trocar as partes que coloquei em negrito por povo inferior, irracional, animais tudo que for inferior ao que chamamos de “nós”, “classe escolarizada” ou “normal”. Mantemos estereótipos de pessoas que são pobres, de favelas como os colonizadores mantinham dos índios ou escravos. Frases como a de que você falou ou “O povão só gosta de forró! De farrear!” “São um bando de vagabundos, quem disse que eu vou dividir dinheiro com eles que não fazem nada da vida? Eu estudei 6 anos de medicina, eles não.”. Eu escuto essas frases no cotidiano mais do que tudo e também costumava utiliza-las, mas aprendi a tentar tirar isso da minha cabeça (vou deixar uma musiquinha que me inspirou para te inspirar também). Aprendi que nessa brincadeira ou engano, ficamos nos passando por certinhos, os normais, não somos violentos, somos alfabetizados e educados e detemos da razão. Se tivéssemos nascido numa favela, tivéssemos tido pais violentos (maioria das pessoas que são violentas tiveram uma educação violenta, já viu esse dado?) e o meio que vive é tudo ou nada por dinheiro seríamos os certinhos? Teríamos os mesmos valores? Claro que poderiam me culpar de que as pessoas nascem com caráter ou adquirem na infância, mas as maiorias das crianças que nascem em lugares como esse não possuem base nenhuma e em nosso mundo “civilizado” também existem pessoas sem caráter (olha alguns políticos), mas mesmo assim, não deixa de ser “civilizado” (por isso que falei da questão de julgar). Então você disse que a única solução é de que esses “animais”, “não-civilizados”, seja lá o que for de inferior a nós, não tem mais jeito o que se tem a fazer é dar porrada para ver se eles se tomam rumo na vida? Extermina-los? Prende-los em cadeias desestruturadas e se eles fizerem uma rebelião, é mandar bala? Deus cuida deles lá no céu ou os manda para queimar no inferno e nós os bonzinhos viramos anjinhos? Desculpe, mas não há como eu mudar minha posição, prefiro ser utópica, viver no mundo da lua ou ir para um manicômio ao concordar com essa violência, eu apenas não concordo, não vejo o que fazer, mas enquanto conversamos essas baboseiras, muitas crianças continuam nascendo com esse tratamento e virando os “sem-jeito” e vamos ter dar borrada, prender etc.
A questão de eu reclamar do Luciano Hulk não é de sua revolta (isso todo mundo tem e eu teria), o fato que me deixa com nojo da cara dele foi justamente o que ele falou, em citar o capitão nascimento, tendo a amplitude e influencia que ele possui, daí a revolta já é minha da mídia dar tanto espaço (Se bem que nem se fala no que a mídia dá espaço... sem falar que é a nossa formação e a dos “sem-jeito” também ó!) . E ainda mais chamar tal capitão por um relógio, tantas pessoas perdendo todo seu dinheiro, parentes, amigos e um otário desses reclamando de um relógio, que por mais que seja extremamente caro não vai fazer diferença na sua fortuna...
Bem o resto que você falou eu devo concordar parcialmente, lembrando que o pessoal do governo, é também o povo, somos nós, os normais, civilizados e instruídos.

Agora: Toca o som DJ!! ;D

Senhas
Adriana Calcanhoto
Composição: Adriana Calcanhoto

Eu não gosto do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo competência
Eu não ligo pra etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto do bom senso
Não, não gosto de bons modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem...

Essa música eu já tinha escutado faz muito tempo, mas nunca cheguei a entende-la, achava ela até meio RBD, só foi começando a ver da forma que hoje vejo que finalmente consegui entende-la e hoje a tomo quase como um hino. =D Beijão querida!

3 comentários:

Yáscara Fabrina disse...

Miloooocas, sua doida... ahuuehushu

Bom, vejamos...

1° sobre os policiais corruptos... ASSIM SIM, fica mais claro o seu ponto de vista, pq da forma como voce falou anteriormente ficou parecendo que voce achava até mais correto se omitir... quando na verdade nos parece não ser certo nem se omitir nem fazer uso da violência, né? Mas enfim, vamos seguindo...

2° "povo inferior, irracional" nã nã ni nã não... tais louca, mulher? kkk eu disse que o povo é sem educação e não que é burro a ponto de ser julgado inferior, vagabundo, etc e tal.. (Existem pessoas que realmente julgam a ''massa'' como sendo isso mesmo, mas pra mim isso é coisa de gente que quer ser espertalhona d+) O que eu quis dizer, Mila... é que infelizmente a maioria da nossa população (que é pobre) infelizmente não tem "educação política" pra saber reinvidicar seus proprios direitos! Não que isso aconteça somente com a parte pobre da população... Até pq a maioria dos brasileiros faz uma certa confusão entre reinvidicar o que é direito seu e 'ser espertinho, querer ser o tal'

3° Outra coisa, eu concordo com você, sim, a respeito desse dado sobre a violência entre pessoas que tiveram pais (parentes) violentos... Já tinha visto algo sobre isso... Mas em momento nenhum eu nos julguei como 'certinhos, alfabetizados e detentores da razão' justamente por não sermos como essas pessoas que infelizmente têm nascido e morrido num ambiente de violência... (ninguém pede pra nascer =\)

4° Quanto a sua opção por viver utópica, como diz vc... Eu respeito, oras. É sua opinião. Pra mim, a curto prazo nenhuma opção é cabível, nem a sua utópica nem a 'minha' violenta... É como eu lhe falei no comentário... Isso parte de uma atitude mais séria dos governantes, sabe? De ter a iniciativa de fazer um plano civilizado e com respeito aos direitos humanos pras nossas penitenciárias e pra todo o sistema relacionado a isso, de uma forma geral... Já que o problema não começa nas prisões, e sim, na rua...

Quanto ao Luciano Huck, eu concordo com a sua afirmação... ahuehus, foi muito mongol da parte dele, como eu ja disse no outro comentário... analisando por esse lado foi fútil, mesmo.

Acho que esqueci oq eu ainda ia falar, se eu lembrar eu volto! hehe bjoooo ;**

Camila de Araújo Carrilho disse...

uahauauhauahauh
Eu sou louquinha mesmo xD
mas que bom que vc compreendeu, pq eu jogo as ideias meio adoidadas no texto e se eu for me aprofundar cada uma num é mais texto, é monografia!!! uahauahuah
deixa eu ver... vc entendeu o 1°ponto. No 2º eu te entendi e concordo, foi pq vc usou termos bem usuais, sabe? Aí no 3º tu concordou também, e é no que eu digo assim: será que o certo é usar da violência? vai adiantar? quem somos nós para "jogar pedras" neles? Bem o resto tudo beleza só me preocupo na parte que vc disse: "Isso parte de uma atitude mais séria dos governantes...", fico pensando de onde vão surgir esses governates vindos de nossa sociedade =(
E tu nem me falou o que achou da música!
Bjão brinocas!

Yáscara Fabrina disse...

valha eu n falei da musica nao??
pois eu esqueciii
dei valou, viu?
a letra é massa =]]
só nao ouvi ainda...
bjo milocas ;*